falar de qualquer fusca, da uma boa historia, pois todo fusca tem muitas historias, mas hoje vou falar de um fusca que pertenceu a muitos donos(como a maioria deles), eu acompanhei um pouquinho da vida desse fusquinha guerreiro, sofrido, com enormes cicatrizes do tempo, na época, eu estava iniciando minha vida nas oficinas, aquele cara que vai só pra fazer raiva aos outros(zueira) eu ia pra aprender um pouco sobre o mundo dos fuscas. e eu ia todo dia, tinha começado a frequentar a oficina de seu chico, que ajeita fuscas e derivados.
na época seu chico estava com esse fusquinha 1300 1978.
e apesar de seu estado, o fusquinha andava muito bem.
era usado no dia a dia, e seu chico rodava pela cidade de Iguatu e região com esse fusquinha guerreiro, vejam a primeira foto tirada por mim desse guerreiro.
cheio de marcas do tempo, o fusquinha se mostrava guerreiro em suas atividades.
na epoca dessa foto eu ia so todo dia na oficina, estava conhecendo o mundo dos fuscas, pra depois poder comprar o meu.
aqui num dia normal sem muito trabalho o fusquinha ficou encostado de boa dentro da oficina.
com seu motorzinho 1300, tinha um alternador de chevette adaptado, isso é bem comum no interior, muita gente critica, mas geralmente é porque quem adapta esse alternador,não tem grana pra por um que gire a ventoinha.e como é funcional,fica assim mesmo.
sei que em algum momento da história, seu chico vendeu esse fusca, ou trocou, não me lembro, e ele voltou para a oficina para um longo tempo internado, seria uma reforma lenta, o fusquinha merece né?
como podem notar alguns trabalhos com massa foram iniciados.
a reforma ia lenta e gradativa.
quando a oficina tava cheia o fusquinha ia pra um terreno em frente.
o velho guerreiro esperando seus dias de gloria de volta.
aí seu chico arroxou o ritmo da reforma.
antes de seguirmos com a reforma quero falar algumas palavras, sobre o cotidiano dos fuscas, existem perfis de pessoas que tem fuscas, os mais humildes(pobres), e os com grana (classe média ou ricos), estes ultomos vão em oficinas bem estruturadas e gastam fortunas no fusca, e depois ficam chorando que o fusca não virou uma "nave" e que fusca não presta.
nesse caso imagine você viver com um salario minimo ou menos e depender de ter um fusca, você vai reformar esse carro de um jeito bem mais simples.eu não critico, mas tem pessoas que vivem suas vidas pra criticar os outros, só não fazem melhor.
pois bem o dono desse fusca não tinha rios de dinheiro pra gastar no fusquinha, logo as pecas usadas na reforma, eram de fato usadas, pecas de outros fuscas que morreram e doaram suas partes involuntariamente,para que outros possam subsistir.
olha aí o fusquinha sendo rebocado com massa.
e tome massa...
e o fusquinha ganhava cara nova.
e os dias e as semanas passavam e a reforma se arrastava lentamente.
fusquinha aguardando nova remessa financeira para seguir reforma.
e o guerreiro seguia em sua lenta reforma.
olha ele aí. seguindo a vida.
ultima foto antes da reforma avançar ainda mais.
fusquinha aparelhado,ganhando uma vida nova.
fusquinha aparelhado.
tudo pronto pra receber a tinta.
eu ia chegando na oficina numa certa tarde e estavam pintando o fusquinha.
olha ai o fusquinha ganhando forma, antes de criticarem, essas lanternas iriam ser substituídas.
uma curiosidade, o velhinho tinha ido comprar a tinta numa certa loja de tintas, e as pessoas por pura maldade venderam a tinta errada, venderam tinta esmalte sintético, sendo que o senhor tinha pedido PU, e ainda inventaram uma cor, que na lata de tinta estava escrito "azul fusca", ou seja tiveram que pintar de novo. esse resultado que vocês estão vendo já é o final.
mais uma casquinha de tinta no velho guerreiro.
terminada a fase de pintura, esse fusquinha ia so terminar alguns detalhes e seguir sua vida.
essa imagem é incrível, eu chamo essa foto de "o veio e o fuca", ou o fusca e seu dono. infelizmente não fotografei o fusquinha 100% pronto. depois desse dia o fusquinha foi embora, e esta por aí rodando.
Essa foi uma história incrível.
e o melhor é que esse fusca esta em atividade, escrevendo sua história.
e aí gostou?
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créditos de imagem e texto-Leandro Porfírio
